Judas Priest – Stained Class (1978)

Se alguém me pedisse para apontar o meu segundo disco preferido do Judas Priest, apesar da briga acirrada com British Steel, provavelmente teria de dizer que é o Stained Class. Quem é o fiel da balança? Bom, isso é história para mais pra frente nesta mesma resenha.  A propósito, o meu disco favorito do grupo é o Sad Wings of Destiny.

Lançado em fevereiro de 1978, Stained Class é um dos dois álbuns que o Judas Priest lançou naquele ano. O outro foi o não menos clássico Killing Machine (popularmente conhecido como Hell Bent For Leather).

Da esquerda para a direita: Ian Hill, Rob Halford, K.K. Downing, Glenn Tipton e Les Binks.

Tendo deixado boa impressão com os seus três primeiros lançamentos, o Judas Priest havia angariado uma boa base de fãs no Reino Unido e na Europa, mas foi com o lançamento de Stained Class, o seu quarto disco de estúdio, que a banda provou que parecia estar pronta para dar o passo definitivo rumo ao estrelato e ajudou a definir o estilo.

Judas Priest dá passo importante rumo a maturidade do seu som

Em Stained Class o grupo de Birmingham encontrou a mistura perfeita entre as músicas lentas e rápidas, que se tornariam a marca registrada da banda na década seguinte. Outra mudança digna de nota ocorrida na época do lançamento do álbum, foi a que o grupo promoveu em seu visual, deixando de lado os quimonos e roupas de seda que haviam usado em uma turnê no Japão no ano anterior. Agora, os músicos (principalmente Halford) se vestiam com couro da cabeça aos pés, algo que também acabou definindo o estilo.

O disco abre com a empolgante “Exciter”, uma das favoritas dos fãs até hoje e segue com as excelentes “White Heat, Red Hot” e a controversa “Better By You, Better Than Me” que precedem a clássica faixa-título do álbum, que a banda deixou de lado em suas apresentações ao vivo, mas que fez muito sucesso quando Halford decidiu revivê-la em sua carreira solo. “Saints In Hell” é uma faixa bem característica do Priest dos anos 70 e “Savage” prepara o ouvinte para o momento mais espetacular do álbum.

Capa criada pelo artista polonês Rosław Szaybo.

Beyond The Realms of Death

O que me faz escolher esse disco ao invés de British Steel é “Beyond The Realms of Death.” Os leitores que me perdoem, mas essa é uma daquelas músicas que merecem um parágrafo inteiramente para ela. Aliás, essa canção merecia uma resenha inteira falando apenas do antológico solo de Glenn Tipton nesta que é uma das maiores músicas da carreira do Judas Priest. Tudo nela é excelente, desde a letra contando a história do sujeito desgostoso com a vida que decide exercer o único tipo de controle que ele ainda tem sobre a mesma acabando com ela de uma vez por todas, passando pela atuação magistral de Rob Halford que quase faz o ouvinte sentir a dor do personagem retratado e chegando ao ótimo trabalho do injustiçado baixista Ian Hill.

Essa música tem todos os elementos que fizeram o Judas Priest ser adorado por seus fãs e é presença obrigatória nos set lists da banda até os dias de hoje.

A faixa “Heroes End” fecha em grande nota este que é um dos grandes álbuns que o Judas Priest gravou na década de 70 e preparou terreno para os clássicos da década seguinte. Stained Class é um álbum mandatório para quem deseja conhecer a carreira do grupo britânico além do álbum Painkiller.

Formação que gravou Stained Class:

Rob Halford – vocal
K.K. Downing – guitarra
Glenn Tipton – guitarra
Ian Hill – baixo
Les Binks – bateria

Tracklist de Stained Class:

Exciter

White Heat, Red Hot

Better By You, Better Than Me

Stained Class

Invader

Saints in Hell

Savage

Beyond the Realms of Death

Heroes End


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